Não há caminho de volta

Na decisão de Pedro Taques “não há caminho de volta”(no way back). O governador de MT deixou o PDT. Foi para o PSDB em concorrida e prestigiada filiação. Homem da Lei ele foi eleito para o Senado e na seqüência ao governo de Mato Grosso. Vejamos o que ele disse para justificar a mudança de partido. E o que eu gostaria que acontecesse no meu estado, ao qual, no governo, servi, com fervor, paixão, e muitas alternativas. Muitas das quais bem sucedidas.

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“Vim aqui hoje para dizer que, se eu estivesse lá, eu teria votado pelas Diretas Já, pelas Diretas de Dante de Oliveira; por isso, eu sou PSDB. Se eu estivesse lá, eu teria votado em Tancredo Neves no Colégio Eleitoral; por isso, eu sou PSDB. Se eu estivesse lá, eu teria assinado a Constituição; por isso, eu sou PSDB. Se eu estivesse lá, eu teria feito a defesa do Plano Real; por isso, eu sou FHC (Fernando Henrique Cardoso). Se eu estivesse lá, eu teria votado pela Lei de Responsabilidade Fiscal; por isso, eu sou PSDB”.

“Mato Grosso não vai ser prejudicado, pois é um dos estados que mais ajudam o Brasil. O Brasil precisa olhar mais para Mato Grosso. Aqui estamos fazendo algo diferente, temos 1,6% da população e produzimos 26% de tudo o que o Brasil produz. Aqui está o futuro do Brasil”.

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“Quero exaltar que Pedro Taques, como todos sabem, é um homem de qualidade, preparado, íntegro e competente. Hoje posso dizer que quem está de parabéns somos nós do partido que recebemos um quadro como o do governador Pedro Taques”. (Senador José Serra).

“No momento em que o país vive uma crise de valores muito grande, o PSDB recebe um homem de valores, retidão, honestidade e compromisso de fazer política da forma que o povo brasileiro espera. O Taques está fazendo o que o povo quer. Um Governo que gasta menos com o Governo e mais com as pessoas. A vinda de Taques engrandece o PSDB e estamos muito contentes por ele ter nos aceitado”. (Reinaldo Azambuja, governador de Mato Grosso do Sul).

A República Federativa

Se, Dilma pensa que diminuindo o numero de ministérios de 39 para 29, cortando mil cargos de apadrinhados nomeados sem exigência funcional, estaria reformando o Estado brasileiro, ela está, mais uma vez, obliquamente enganada. Mesmo cortando 10 mil “assessores” ela estaria fazendo apenas cosquinha no elefante, o paquiderme que tem o maior pênis entre todos os bichos.

Fala-se em crise. Vivemos clima de crise. O Congresso atua com votações independentes. Mas, ninguém fala na crise de relacionamento no seio da federação. Nenhum congressista levanta a bandeira da reforma federativa.

Brazão

Governo estadual continua dependente do governo federal. O bem estar de uma criança de Poxoréu, Natal, Boa Vista, pode depender da boa vontade e lucidez de um burocrata ou de um chefete da oligarquia sindical que mandam na Esplanada dos Ministérios.

A ditadura militar concentrou poderes em Brasília, que ainda não foram extirpados. È ai que eu quero ver Pedro Taques entrar e liderar mudanças estruturais no assim chamado pacto federativo. E as mudanças e adaptações para Mato Grosso servirão para Mato Grosso do Sul, Piauí, Roraima… Pois a relação formal e informal dos estados com o poder central é de baixa qualidade política, é de barganha, é de corruptor para corrompido.

Quando no inicio de seu governo o presidente da República abriu o garrafão do Mensalão o gênio do mal saiu para criar quadrilhas de malfeitores estaduais e municipais. “Se fazem lá em cima, a gente pode fazer aqui embaixo”.

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O Wikileads, aquele que fez Dilma acreditar no vazamento de grampo em seu telefone e com faniquito “patriótico” cancelar visita de Estado ao EUA, escancarou os 150 milhões de dólares que a governadora Roseana Sarney tem em paraíso fiscal. O silêncio de Lula e Dilma foi total. “Estariam Assange/Wikileads, dessa vez, equivocados”? Imaginemo$ um Lava Jato estadual, municipal, para mostrar as entranhas da Federação brasileira!

Cuiabá esburacada, feia. Resultado das obras da Copa do Mundo.

Lula e seu time de deslumbrados jogaram pesado para ter a Copa mais cara e mais lucrativa desde que a FIFA organiza o evento mundial. Não importando as conseqüências da desorganização urbana. O micro-cidadão não entrou no jogo. Lula e seus pernetas jogaram para o eleitor. Trabalharam e ganharam no macro. E assim em outros eventos e verbas federais. Na Copa, perdemos em todas. No campo e fora dele.

Ate recentemente, Mato Grosso padeceu sob o poder da bandidagem institucionalizada. Seus tentáculos continuam enraizados na administração pública. No apodrecimento do meio ambiente social.

A autonomia do estado é capenga, a autonomia do município é capenga. E quem sofre com isso é o cidadão, é o meio ambiente. E a situação é pior nos estados fronteiriços. Mato Grosso é portão de entrada e saída de contrabando, drogas, roubo de gado, de avião, carro.

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Esta foto de “los amigos para siempre” serviu de salvo conduto na fronteira das drogas. Evo Morales autorizou mais plantio da coca. Mais cocaína e crak entraram no Brasil durante os dois mandatos de Lula. Grande parte por Mato Grosso. O que fazer contra essa escalada de mais entorpecente que entra e mais carro que sai de MT? Esperar o que do governo federal que não peita o governo da Bolívia? Esperar o que de um governo que não prioriza o combate ao crime. Que desistiu do Sistema Prisional. Que não tem politica de Segurança Pública.

Somos obrigados pela fraqueza institucional federativa a conviver e padecer com todo tipo de crime. É sobre a “crise” de crime em alta que Pedro Taques tem que se debruçar para dar exemplo de choque ao país.

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E para sucesso na empreitada convocar os segmentos sadios e ativos da sociedade. Pobres e ricos, jovens e idosos. Todos devem ser convidados a se sentir úteis e partícipes de corajosa e renovadora campanha. Incentivar a criação de novos nucleos de Saber e Conhecimento. Buscar alternativas, intercâmbio, acordos, no exterior. Sem depender do governo federal.

A Constituição e o agronegócio.

Criar um grupo de notáveis da Lei, constitucionalistas, para ver o que se pode melhorar e incrementar a partir da nossa Constituição. Quais os atalhos legais para soluções mato-grossenses. E para essa jornada constitucional, federativa, renovadora, chamar o agro negócio para somar na luta que é de todos.

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Os maiores produtores de grãos do país precisam de paz e garantias constitucionais para produzir mais e melhor. E para tal precisam estar juntos no combate ao crime. Oferecer recursos para a melhoria constante do meio ambiente social. O prefeito de um município rico tem que ter meios locais para resolver problemas locais.

Não é admissível que rico produtor de grãos não possa ter o seu bom sistema municipal de saúde e escola pública. E Guarda Municipal. E prisões municipais. E ate inovar na coragem de eleger o Xerife da cidade. O que não se pode aceitar mais é ser rico município produtor de grãos, de madeira, e deixar os serviços essenciais à população esperando o governo federal liberar verbas, política-mente.

O maior produtor de grãos tem que ter liberdade própria.

A maior produção de grão do Brasil tem que ir além do comercial. Conquistar e agregar mais, que apenas produzir para exportar.  O ganho produtivo deve produzir ganho social. Sem o qual, lá na frente, a quarta e quinta geração de herdeiros dos “pioneiros”, terão pouco para produzir e exportar.

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A bancada de Mato Grosso no congresso nacional deve estar tunada com os propósitos renovadores do estado. O senador Blairo Maggi, o Rei da Soja, pode sim, ser o grande líder da reforma federativa. As exportações de MT agregam valores ao país como um todo.

Mato Grosso, como MTS, Goiás, Rio Grande do Norte, Acre…precisam de liberdade própria. Chega de liberdade outorgada. Liberdade consentida é coisa de ditadura (militar ou civil). Lei Kandir, ICMS, CPMF, tributos federais, liberação de verbas para o dia a dia das pessoas, nomeações, tudo isso deve ser passado a limpo.

O governo federal ficará mais leve, será mais fácil governar o Gigante, delegando, ampliando, e garantindo poderes estaduais. Ensinar a cada povo regional ser dono do próprio nariz, a caminhar com as próprias pernas. Essa historia de “eu não penso, Lula pensa por mim” é herança maldita dos maiores ditadores da história.

imagesB7EYZI08imagesS26X72GH Stálin sabia de tudo. Ele controlava o império russo nos mínimos detalhes. A diferença dele com Lula é que o russo fazia questão de dizer que sabia, ouvia, lia tudo que dizia respeito ao governo, ao povo. Ate imposto sobre galinha, ovos, coelho, Stálin mandava publicar. Ele interferia no dia-a-dia dos camponeses, dos estudantes, professores, artistas…

O melhor exemplo de Federação é a do United States of America. Cinqüenta unidades e um Distrito Fedderal, independentes, mas, unidas na Federação, a nos lembrar a Confederação dos Tamoios. Cada tribo, uma nação. Unidas contra o inimigo comum.

Também a Suíça com o Cantão, e vários idiomas, tem se sustentado há séculos. Na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) cada república tinha a sua constituição, mas, o comando era centralizado em Moscou. O tempo provou que a formula artificial criada por Lênin, sob o comando russo, jamais daria certo.

O Estado brasileiro está contaminado. Intoxicado. Doente crônico.

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Lula prometeu que modernizaria o Estado com reformas estruturais, constitucionais. Não fez nenhuma reforma. Encheu o governo federal de oligarcas sindicais e de companheirada não qualificada. Com o escândalo do Mensalão, mirando em José Dirceu, seu possível concorrente à liderança, avisou: “Não vou para o matadouro sozinho”.

Saiu voando para limpar a sua imagem de fora pra dentro. Caiu nos braços de Fidel Castro, Hugo Chávez, Evo Morales, Kadafi, Ahmedinejad. Distanciou o Brasil dos centros de Saber, Conhecimento, Pesquisa, Ciência, Tecnologia, Modernidade.

Tempo de presidente não é dele. È da nação.

Os anos perdidos por Lula são irrecuperáveis. E os escândalos do período “abestalhado” estão pipocando. Ao final do segundo mandato, não tendo mais nenhuma liderança viável, como Pajé, ele apontou o dedo para Dilma.

Desastre federal anunciado. E a população lá embaixo, no município, na cidade, no distrito, a padecer os descalabros, a incompetência, e a “crise” criada por eles mesmos. E com Dilma, mais quatro anos de estagnação. E ficaremos mais três num beco sem saída.

Mato Grosso pode sim dar a largada por um melhor Pacto Federativo. Do jeito que vamos, estamos afundando no mesmismo institucional. Jogando fora energia, alternativas, e possibilidades. Destruindo o meio ambiente no círculo vicioso e alucinado das exportações de commodities. Sacrificando gerações de mato-grossenses, de brasileiros, para alimentar, por exemplo, a insaciável fome do tigre chinês.

Pedro Taques

Creio que haverá retaliação. Pedro Taques deixou um partido da “base aliada” e filiou-se ao principal partido de oposição. No exato momento em que Lula ataca Aécio Neves e colegas, chamando-os “de fascistas, nazistas. De perdedores que não aceitam a derrota eleitoral. E mais. No momento em que Lula se lança candidato para 2018. Lula é vingativo. Note que ele não deixou nenhuma liderança de seu partido florescer. Ele é o Chefe. A estrela guia. Pedro Taques e MT que se preparem para a rebordoza, o troco politico das entranhas do mal.

Já foi dito que na política “aos amigos tudo, aos inimigos nada”. Mas, é na crise, na ameaça, na sacanagem, que se conhece o Líder, o Comandante, o Estadista.

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*Jota Alves é mato-grossense. Fez a Faculdade de Direito Internacional em Moscou. Fundou o jornal The Brasilians e criou o Brazilian Day em Nova York. Exerceu as funções de Secretário Extraordinário do Governo/MT.

Trilha sonora: