Obrismo e cifrões na Copa do Mundo


Trilha sonora: Irene, de Caetano Veloso, por Tom Zé.

O esporte das grandes emoções está sendo usado para grandes cifrões. O que interessa mesmo é entulho, areia, cimento, ferro, tijolo, terraplanagem, máquinas. São as obras. Obras que elegem. Enriquecem.

Estou em minha querida Cuiabá uma das sedes dos jogos da Copa do Mundo 2014. As obras estão em ritmo razoável. Os transtornos na mobilidade diária são compreensíveis. O ideal seria trabalhar em Ruas, avenidas, viadutos, atalhos, das 23 horas às 5 da manhã. Mas não cultivamos no Brasil esse tipo de dinamismo e de soluções.

Conversei com amigos de Belo Horizonte, Natal e Manaus. Todos confirmam que o obrismo tomou conta dos projetos e iniciativas. As construções de mobilidade estão orientadas para o carro, o veículo automotor. A qualidade de vida urbana com sustentabilidade ambiental está sempre em terceiro plano. Fazer da preparação para a Copa do Mundo uma grande construção cultural, artística, para incluir milhões de crianças e adolescentes sem opções de lazer, entretenimento, não está sendo feito. O foco é o entulho, a areia, o cimento, o ferro, o tijolo. O gol das obras para a Copa do Mundo 2014 é o superfaturamento.

TODAS as obras para a Copa estão superfaturadas. Há muito explodiram os orçamentos originais. E por que isso acontece? O deputado federal Tiririca responde: “porque abestalhados e pilantras ganham com isso”. Fica confirmada a máxima da FIFA “na terra de Havelange e Teixeira sem corrupção não tem Copa”. Neste exato momento os dois, mais uma vez, estão em maus lençóis com Juízes da justiça suíça.

Cinco milhões de árvores

Quanto custaria plantar 5,10 ou 20 milhões de árvores na grande Cuiabá? Florir a cidade que deixa de ser Verde. Perfuma-la com ipês, flamboyants, quaresmeiras. Jasmins e dama-da-noite em regiões que cheiram mal. Quintais e áreas com mangueiras e frutíferas centenárias dão lugar a torres com milhares de aparelhos de ar condicionado na capital que tem uma das mais caras contas de energia elétrica do país. Na qual TODOS os córregos e nascentes estão poluídos. Na qual o rio que fornece água para a população da cidade que lhe recebe o nome corre risco de virar esgoto a céu aberto como o rio Tietê na grande São Paulo. Edifícios estão sendo construidos sem Alvarás da Prefeitura. Sem Postura Ambiental e Espaçamento arborizado.

O boom imobiliário não é dotado de inovação para uso de energia solar, ventilação, água, garagem, calçadas. A acelerada construção de edifícios para a população cuiabana que ainda não chegou a um milhão de habitantes é uma novidade que não é nova. Repetição de erros nas grandes cidades. A era Lula acabou com os Jaime Lerner. Os inovadores. Pelo voto, vale tudo. Invasões de áreas verdes, construções às margens de mananciais, bagunça, anarquia e violência urbana. Não é por acaso que na propaganda política do PT do B a qualidade de vida urbana é prioridade. Se Lula rancoroso e desmoralizado ganhar a prefeitura de São Paulo como trampolim de 2014 ele, e sua turma, acabarão com o que resta de urbanidde na principal cidade do país.

O obrismo embrutece o esporte das grandes emoções

Repete-se em Cuiabá o que foi e vem sendo feito em outras capitais brasileiras. Todas com a qualidade de vida cada vez pior. Políticos e administradores “doaram” as poucas praçinhas da cidade. As três principais: Praça Ipiranga, Alencastro e da República foram construídas ao final do século 19 com a vitória sobre o Paraguai. Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto foram presidentes da Província de Mato Grosso. Eles saíram de Cuiabá para proclamar a Republica e serem presidentes do Brasil. O centro histórico da capital de Mato Grosso, dinâmico pólo cultural do país, totalmente abandonado, destruído. Executivo, Legislativo e Judiciário pouco ou nada decidem para fazer de Cuiabá- com recursos da Copa- uma cidade exemplo: totalmente arborizada (aqui o calor médio é 35 graus com picos de 45), limpa, bons serviços e segurança pública. Cuiabá lidera em assassinatos semanais. O obrismo e suas comis$ões embrutecem o esporte das grandes emoções para os cifrões.  

Uma máquina de calcular chamada Brasil

Gostei quando a presidenta Dilma disse, recentemente, que um país não se mede pelo PIB e sim pelo bem estar de suas crianças. Emendo que o bom governante é aquele que coordena e equilibra o crescimento econômico, refletido no PIB, com a melhoria cultural, científica, tecnológica, social, comportamental e moral de seu povo.

O que Lula não alavancou- como prometeu- ao grudar-se na “ideologia” do atraso para uso eleitoral. Ao investir o tempo que não era dele e sim da nação em Mubarak, Kadaffi, Zelaya, Noriega, Evo Morales. Em ditadores. Ao apoiar o sanguinário da Siria que ameaça usar armas quimicas contra os opositores do regime, de pai para filho, que já estão nos arredores de Damasco.

A politica externa de Lula/Amorim/Marco Aurelio Garcia um tremendo fracasso. Ao seguir as artimanhas de Hugo Chávez, seu mentor latino americano, Lula distanciou o Brasil dos centros do Saber, da Ciência, da Tecnologia, da Modernidade. Ao não “saber, ouvir, ver e ler” Lula e sua turma deixam a politicagem, as alianças eleitorais, e a corrupção embrutecer o Brasil.

Uma nação não pode ser transformada em máquina de calcular. Há no povo sentimentos tangíveis e intangíveis que precisam ser preservados e fomentados. No país do futebol os mais nobres sentimentos do esporte das multidões e das grandes emoções estão sendo enterrados.


Mostrarei ao mundo a beleza natural
e o ardor sexual da mulher pantaneira

Sempre que sua agenda permite Irene Poconé deixa a Suiça e Brasília, onde vive  sob a proteção sentimental e financeira de ex-senador, para banhar-se no rio Cuiabá, onde aprendeu a nadar com a sua avó índia paiaguá. (Foto Junior M)

“São brasileiros os que mais praticam turismo sexual nas praias, rodeios, peixadas, feijoadas. Com 14 anos fui leiloada num Leilão de Cabaços em Poconé. Quem me arrematou? Fazendeiro rico, mais tarde deputado. Sabe os que mais participam desses leilões e de turismo sexual em Manaus, Belém,Tambaú, Floripa, Camboriú, Natal, Fortaleza, Trancoso? Desembargadores, deputados, prefeitos, vereadores, empresários. Tudo gente fina, da sociedade. Hipocrisia federal ficar falando em “turismo sexual” e não facilitar sexo seguro, limpo, para os turistas da Copa do Mundo 2014.

Com certeza eu vou fazer a minha parte com as Casa de Irene. Vou mostrar ao mundo a beleza natural  e o ardor sexual da mulher pantaneira”                                               

 De Teresa Menezes, Lima, Peru:

 Li encaminhei copiei e distribuí seu esclarecedor e histórico texto sobre Chabuca Granda e o que a TV Globo fez com Fina Estampa, tema e canção que ela criou e dedicou a seu pai um cavalheiro de fina estampa. Na família de meu esposo o clima é de indignação. No meu trabalho levantei o assunto. Brasileira, estou envergonhada pelo que a TV Globo fez. Nenhuma menção ou crédito a Chabuca. Quero ver se os irmãos Marinho têm coragem e a cara de pau de mostrar a novela aqui no Peru, Equador, Colômbia, Bolívia, México, onde ela sempre foi admirada, respeitada e querida. Encaminho abaixo artigo que passeia pela Internet:

Família de Chico Mendes processa Globo

FELIPE LUCHETE
SÍLVIA FREIRE
DE SÃO PAULO

A família do líder seringueiro Chico Mendes, morto em 1988, ganhou na Justiça o direito de receber indenização da Rede Globo, que contou sua história na minissérie “Amazônia – De Galvez a Chico Mendes”. A viúva e os três filhos de Mendes alegaram que a emissora utilizou a história para obter lucro, sem autorização para explorar sua imagem. A minissérie, escrita por Glória Perez, foi exibida em 2007, com Cássio Gabus Mendes no papel do seringueiro.

 Os familiares do sindicalista pediram R$ 23,2 milhões como indenização por danos materiais, danos morais e utilização indevida dos direitos de personalidade. A juíza Ivete Tabalipa aceitou apenas o primeiro item e determinou que a Globo pague 1% dos lucros obtidos com a produção.A decisão da Justiça do Acre, de primeira instância, foi publicada nesta semana. Ainda cabe recurso. Na ação, a juíza disse que “a obra televisiva não é um documentário” ou reportagem e que foi feita sem “finalidades beneficentes ou científicas”. Por isso entende que a autorização de uso da imagem era necessária.

A emissora disse que não comentará a decisão e que irá recorrer. Também não informou o lucro da produção.De acordo com a sentença, a Rede Globo argumentou à Justiça que os familiares “consentiram tacitamente” com a utilização da imagem do seringueiro e que a viúva sabia até mesmo qual atriz a representaria na trama. A emissora afirmou também que reproduziu fatos conhecidos nacionalmente.

 
O ator Cássio Gabus Mendes, que viveu o líder
seringueiro Chico Mendes, na minissérie “Amazônia”

POLÊMICA

A mesma juíza foi autora de duas decisões semelhantes. Em março, condenou a Globo a indenizar em 0,5% dos lucros a família do seringueiro Wilson Pinheiro, também retratado na minissérie.  Pinheiro também atuou na defesa da floresta e foi morto em 1980, quando presidia o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasileia (AC).

 “Quando a família de Chico Mendes entrou na Justiça, decidimos pedir indenização também, pois não assinamos nada e não recebemos nada”, disse Hiamar Pinheiro, 47, filha de Wilson Pinheiro. A viúva de Chico Mendes, Ilzamar Mendes, 48, ganhou outra ação em que reclama da “forma equivocada e inverídica” como apareceu na TV. Ilzamar afirmou que, depois de uma cena em que a personagem com seu nome leva o marido para trás de uma árvore, foi chamada nas ruas de “assanhadinha”.

Ilzamar pediu R$ 3 milhões, mas a Justiça concedeu 0,05% dos lucros da trama.

O advogado Marcos Vinícius Jardim Rodrigues, que atuou nas três ações, disse que vai recorrer das sentenças, por considerar “ínfimos” os valores estabelecidos. As famílias dos seringueiros já haviam pedido indenização à Warner pela realização do filme “Amazônia em Chamas”.