O Mensalão no mês das grandes tragédias

 Trilha sonora: Samba do Mensalão, Kleiton Sodré

 

A crendice está salva na memória popular: agosto é o mês das bruxas, dos desastres aéreos, dos ciclones, tempestades, calor, seca, queimadas, desmatamento. Duas grandes tragédias políticas, em agosto, desviaram o Brasil de rumo. O país está desorientado ate hoje. O suicídio do presidente Getulio Vargas, no Palácio do Catete, Rio de Janeiro. E a renuncia do presidente Jânio Quadros, em Brasília.

Uma única pessoa pode destruir um povo, uma nação, um continente. Já aconteceu de milhões de soldados serem teleguiados de uma pessoa. Já aconteceu de ditador “hipnotizar” um povo inteiro. Mentirosos, espertalhões políticos, popularescos, malandros eleitorais, continuam dominando. No Brasil e na América Latina com muito mais força.

Tudo começou no inicio do governo Lula

O Brasil ficou sabendo pela Policia Federal que divulgou o vídeo em 13 de fevereiro de 2004 do encontro que ocorrera dias antes da posse de Lula em 2003, de Waldomiro Diniz, Assessor Parlamentar do Ministro José Dirceu, com o então simplesmente Carlos Augusto Ramos, o bicheiro Carlinhos (a noticia diz que o encontro foi filmado pelo C. Cachoeira).

Waldemiro pedia dinheiro para a campanha do PT e do PSB, no Rio de Janeiro. Em troca CC ganharia negócios federais. O nó que parecia bem dado começou a ser desatado. Waldemiro e seu chefe dançaram. Cachoeira continuou firme, forte, rico, durante oito anos de governo Lula. O ex-Ministro da Justiça, o primeiro na hierarquia ministerial, conselheiro de Lula, detentor de segredos de Estado, Chefe da Policia Federal, sabedor de quem é quem na República, é atualmente advogado de Carlinhos Cachoeira. Tudo com a maior naturalidade. Brasileirissíma.

Picaretas aceitam propinas

A premissa anunciada pelo então deputado federal Luis Inácio Lula da Silva em setembro de 1993: “lá são 300 picaretas”, referindo-se a seus colegas de Câmara Federal, com a sua posse saiu da teoria para a prática. Se são picaretas aceitarão propinas, favores. Ficarão nos nossos bolsos e votarão sempre conosco. Assim pensaram, assim agiram. Tudo com a maior naturalidade. Corrupção de estado. Genuinamente brasileira.

Se não houve o Mensalão, como insiste Lula e sua turma nele envolvido ate o pescoço, estão todos completamente loucos? Ministério Público, Polícia Federal, Juízes, Superior Tribunal de Justiça. E, totalmente pirados os ministros do Supremo Tribunal Federal que acolheram denuncias que se materializaram em processos que criaram réus a serem julgados em agosto?

Sempre há e haverá uma pedra no caminho. Sempre há e haverá gente honesta. Brasileiros não abestalhados conhecem a história que, nove anos depois, deverá ter sua página mais negra virada pelo Supremo Tribunal Federal a partir de agosto, o  mês das bruxas. Dos capetas. Das almas penadas. Das guilhotinas. Das prisões!

It is a family affair Mr. Alves

Amilcar Mendes, Miami, Florida:

Tudo como manda o bom figurino político brasileiro. Sai o senador Demóstenes Torres, conselheiro, protetor e protegido de Carlinhos Cachoeira que tem tentáculos fortes e ricos negócios no governo Lula/Dilma. E entra no Senado brasileiro o suplente ex-marido da atual mulher de Carlinhos Cachoeira. Tudo em família como nos bons tempos de Don Corleone. Trinta e oito serão julgados pelo STF. O número certo é 40. Teriam que julgar, condenar e prender o Ali Babá. Vocês ai perdem um tempo enorme ouvindo essas baboseiras pela TV Globo que historicamente contribuiu/contribui para que isso se repita no Brasil. Ela é parte do Sistemão. Tudo contaminado e dominado. A dona do bordel mais perdida que barata tonta. E o povão continua votando nos mesmos pilantras. E a malandragem ideológica a repetir que a culpa é dos EE. UU !

Com queda de Demóstenes, ex-marido da mulher de
Cachoeira deve assumir vaga no Senado

Fernanda Calgaro
Do UOL, em Brasília* Divulgação/Seinfra-GO

Wilder Pedro de Morais (DEM), suplente de Demóstenes Torres

Com a cassação de Demóstenes Torres (sem partido-GO) nesta quarta-feira (11), o DEM recupera a sua vaga no Senado e o sucessor natural ao cargo é o primeiro suplente, Wilder Pedro de Morais (DEM). Por ironia, ele é ex-marido de Andressa Mendonça, atual mulher do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, pivô da crise que destruiu a imagem de Demóstenes. Morais é sócio de uma construtora e, ao mesmo tempo, atual secretário de Estado de Infra-estruturar de Goiás.

Procurado pela reportagem do UOL nesta quarta-feira, o empresário não foi encontrado. A sua assessoria de comunicação informou que ele está viajando com os filhos, aproveitando o recesso escolar, pois na maioria do tempo as crianças ficam com Andressa.

Dono de um patrimônio declarado no Tribunal Superior Eleitoral de R$ 14,4 milhões, Morais, 43 anos, é empresário do setor de construção civil e sócio da construtora Orca, responsável por grandes empreendimentos espalhados no Centro-Oeste, entre eles shoppings e hipermercados.

Admirador declarado de Demóstenes no passado, Morais chegou a doar R$ 700 mil para a sua campanha de senador em 2010 –com tal valor, ele aparece como segundo maior doador de campanha do ex-senador. Levado, então, para a política pelo amigo, Morais assumiu o seu primeiro cargo público como titular da Secretaria de Infra-estrutura no governo de Marconi Perillo (PSDB-GO) no início do ano passado.

Perillo, por sinal, já teve que explicar na CPI do Cachoeira o seu envolvimento com o bicheiro e a suposta influência dele no governo do Estado e Wilder provavelmente também deverá ser cobrado pela sua relação próxima com Cachoeira.

O contraventor participou de jantares promovidos na casa do empresário e teria sido justamente num desses encontros que conheceu Andressa. Os dois casais (Morais e Andressa, e Cachoeira e a ex) eram amigos e costumavam sair juntos antes de Andressa resolver trocá-lo pelo bicheiro. Wilder é pai dos dois filhos de Andressa, que ganhou o título de “musa da CPI”.

Gabriel García Marquez não escreverá mais livros, confirma irmão do escritor

Do UOL, em São Paulo

EFE/Mario Guzmán

De acordo com o jornal espanhol “El País”, o escritor colombiano Gabriel García Marquez, contemplado em 1982 com o Prêmio Nobel de Literatura, não vai mais escrever. A informação foi divulgada pelo irmão mais novo de Marquez, Jaime García Marquez, nesta sexta-feira (6), devido ao estágio avançado de demência senil do autor de 85 anos.

Na nota “Não haverá mais letras escritas por Gabo”, a colunista do jornal Elsa García de Blas conversou com o irmão do autor, Jaime, sobre o atual estado de saúde do escritor de “Cem Anos de Solidão”. “Às vezes choro. Mas sinto uma felicidade dolorosa de ainda ter o privilégio de falar com ele”, diz o irmão. Apesar da doença, Jaime diz que Marquez continua alegre. “Ainda assim ele segue com sua alegria, entusiasmo e cheio de humor.”

Marquez, que passa por um estágio avançado da doença mental e perdeu parte da memória, não tem mais condições de escrever, afirmou Jaime. “Infelizmente, não vamos ter a oportunidade de ler uma nova história. Às vezes a sensação é que existem pessoas que querem que ele morra, porque a notícia de sua morte seria muito importante, espero que isso não aconteça por muito tempo”, declarou.  

Em junho deste ano, Plínio Apuleyo Mendoza, jornalista e escritor de “Cheiro da goiaba”, que reúne recordações de García Márquez antes dele receber o Nobel, disse à revista digital Kienyke que o autor de “Cem anos de solidão” já não reconhece mais as pessoas pela voz. Jaime García Márquez, que dirige a Fundação Novo Jornalismo Ibero-Americano (FNPI), criada por “Gabo” em 1994, em Cartagena, lamentou que seu irmão não estivesse em condições de escrever a segunda parte de sua biografia “Viver para Contar”, nem nenhuma outra obra.

Mendoza contou que telefonou para o amigo no último dia 6 de março, em seu aniversário de 85 anos, mas que ele não pode falar. “No dia que completou 85 anos, liguei para García Márquez, mas não falei com ele. Conversei com Mercedes [Barcha, sua esposa] e ela prefere não passar o telefone para ele porque não reconhece”, afirmou o jornalista.

Segundo ele, da última vez em que conversaram, já há alguns anos, o escritor “esquecia certas coisas e me perguntava: ‘quando chegou’, ‘onde está hospedado’, e repetia”. Em compensação, disse, “fomos almoçar e recordar coisas muito antigas de 30 ou 40 anos, remotas, e a memória funcionavam perfeitamente”.

Mendoza acrescentou que o filho mais velho de García Márquez, o cineasta Rodrigo, que é seu afilhado, revelou que seu pai tem que ver as pessoas “porque senão, pela voz, não sabe com quem está falando”. O jornalista também recordou que tanto a mãe do escritor como um de seus irmãos, que já morreram, sofreram de Alzheimer.

A idéia que o prêmio Nobel tem perdido paulatinamente a memória está no ar desde que seu biógrafo, o britânico Gerard Martin publicou, em 2009, um livro com sua história. 

Irmão de García Márquez confirma que escritor sofre de demência senil

Num encontro com participantes do programa cultural Ruta Quetzal BBVA, no Museu da Inquisição, na cidade caribenha de Cartagena, o irmão do prêmio Nobel de Literatura disse que “do ponto de vista físico ele está bem, embora já tenha alguns conflitos de memória”, que se agravaram pelo câncer linfático que enfrentou em 1999.

“Em nossa família, todos sofremos de demência senil e ele já tem os estragos causados pelo câncer, que quase o matou. A quimioterapia salvou sua vida, mas também acabou com muitos neurônios, muitas defesas e células e isso acelerou o processo”, explicou.

Jaime García Márquez explicou que o estado de saúde de seu irmão é uma notícia que, por diferentes razões, mantiveram relativo segredo, não porque exista algo grave que não possa ser divulgado, “mas porque se trata de sua vida, e ele sempre tentou protegê-la”.