Em Moscou, 10 abaixo zero. Desembarquei em Nova York com um casacão de inverno cor de diarreia. Botas galvanizadas. Gorro de frio (que guardo com carinho). Cuecão e meias de frio…

65 dólares. Um dente de ouro. Uma coleção de selos, entre os quais, o famoso Olho de Boi da Republica, mais tarde vendido por 1.500 dólares (bom Money na época). Uma Bíblia, e dois ícones da igreja ortodoxa do século 19. Um ovo de Páscoa imperial Fabergé, presente da diplomata tcheca que me levou ao aeroporto de Moscou. ( 1.Orador da turma de formandos, no jantar de despedida, Moscou. 2. Almoço com Henrique Rodrigues Valle, o embaixador do Brasil em Moscou. 3. O bilhete do voo Moscou/Nova York.
Sem falar inglês, sem conhecidos em Nova York, impossível não mostrar apreensão na viagem da Moscou- capital do comunismo- para a Nova York- sede do capitalismo. Beijando-me, Liuba disse: “dávai, davái darágoi ia tibiá liublú”. ( Vai, vai com força. Eu te amo)
30 Rockefeller center.
A minha primeira noite em Nova York foi num “2 estrelas” na rua 48 entre a Sétima e a Oitava. Eu não estava com medo. Não estava assustado. Não estava deslumbrado. Surpreso, mas, no controle.
Quando cheguei ao Rockfeller Center lá estava ela: a minha primeira árvore do Natal NY. Embaixo, a quadra de patinação. Bandeiras nas laterais. E um novo mundo se abrindo para mim.
Saí a descobrir o entorno do Rockfeller Center. Me aventurei pela Quinta Avenida e lá estavam: a catedral de St. Patrick, a Olympic Tower, e uma ilha brasileira chamada VARIG, e para leitura: o Jornal do Brasil, O Globo, o Estadão, a revista Manchete…

Estiquei as pernas. Criei coragem. Mesmo com o dinheiro curtíssimo fui almoçar no Brazilian Coffee Restaurant, na 46, entre a Quinta e a Sexta, naquela Rua que seria o meu berço.
Onde levantei e fixei a bandeira do Brasil no 37 West 46 Street.
Fundei o jornal The Brazilians, depois com S. Criei o Clube Brasileiro de Viagem, o Brazilian Promotion Center, o Carnaval do Brasil/Waldorf Astoria, e o Brazilian Day, que passaria a ser o maior acontecimento brasileiro no mundo.
Eu nunca falhei com Nova York. Sempre respeitei a cidade e seu melting pot. Fui imigrante que somou. Promoveu. Produziu. Que trabalhou pelo fortalecimento das relações do meu país com os Estados Unidos.
Nova York nunca falhou comigo e os “presentes de Natal” foram acontecendo:

Convidado para a Comissão do Centenário da Estatua da Liberdade. Na Comissão da Arvore de Natal do Rockfeller Center. Tomei café da manhã na Casa Branca. Jantei na Gracie Mansion (residencia do Prefeito de NY). Comprei apartamento. Dediquei o melhor de mim: To a Great Nation. To a Great People. Dediquei um Brazilian Day ao Bi Centenário da Constituição dos Estados Unidos. E mais, muito mais. ( 2. Edward Koch, prefeito de Nova York, no palco do Brazilian Day).

Merry Christmas! Thank you New York!
Trilha sonora:
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