O inimigo, nunca foi a União Soviética (1)

Dezembro, 1, 2020

Alemães a 30 km de Moscou. A cidade de Leningrado cercada. Milhares morreram de fome. 12 mil cidades destruídas. Mais de 15 milhões mortos.

Mesmo com a URSS sangrando, Stálin ordenava:

“Que não falte comida e armamentos para Mao-Tse-Tung”. Na Grande Marcha de Mao. E na guerra fratricida contra Chiang Kai-shek

O que fizeram os chineses?

Após a morte de Stálin, a China acusou a União Soviética de revisionismo. Atacando Kruschev e o PCUS. E no embalo da Revolução Cultural, colocou 500 mil soldados na fronteira soviética. Com tanta ajuda dada, russos sentiram-se traídos.

Vladimir Limantov, especialista em assuntos sino-soviéticos, me disse: “Russos passaram fome, para matar a fome de chineses. Vagões e mais vagões com alimentos, roupas, remédios, saiam da Ucrânia, Bielo-Rússia, para o porto de Vladivostok. De lá para a China. Chineses não são confiáveis”.

As ameaças da China continuaram.

Atingindo o auge em 1969, com mais de 800 mil soldados chineses na fronteira russa. Houve mortes. A desculpa era reivindicar a ilha Zhenbao, e outras ilhotas. Assunto de séculos passados, que poderiam ser resolvidos em reuniões. Mas, a China usava o conflito para se projetar e mostrar-se livre da URSS. Falou-se em guerra atômica China X URSS. Ironia: A tecnologia bélica que a China tinha, fornecida pela URSS.

O mundo comunista escandalizado com a luta entre “irmãos de fé, camaradas”.

Sobrou os escombros de três linhas ideológicas: a Soviética, com a tomada do poder pela via pacifica (Eleições, Alianças…). A linha Cubana, com Che Guevara, ameaçando criar muitos Viet Nam na América do Sul. Mas, já decepcionado com os chineses.

E a linha Chinesa, patrocinando Partido Comunista, e suas dissidências. Manipulando-os para apoiarem a China, sempre em cima do muro. Cuidando de suas prioridades nacionais. Na imagem, o entusiasmo de Che com Chou-En Lai

Na Guerra Fria, a China ficou tirando proveito dos EE.UU X URSS.

A paranóia cresceu nos Estados Unidos: com abrigos atômicos, a indústria bélica ganhando fortunas, e malucos, como McCarthy, agitando o ambiente político-social.

Diferentemente dos EEUU, sem ter sido atacado por potência estrangeira, na União Soviética, combalida da Segunda Guerra Mundial, a palavra MIR/PAZ, tinha significado verdadeiro. Necessário e vital para a reconstrução das Repúblicas Soviéticas.

 URSS + Cuba X Estados Unidos. O mundo beirando guerra nuclear.

E a China? Lavou as mãos. Mas, continuou recebendo alimentos, armamentos, tecnologia, da URSS.

Henry Kissinger sonhando em atrair a China, levou a Pepsi Cola e o presidente Nixon para impressionar Mao-Tse-Tung. Já gagá. E assim ficou gravado, para sempre, no imaginário: a União Soviética, inimigo dos Estados Unidos. E a China, adversário a ser conquistado. Leitura errada, resultados errados!

SEGUE.

  1. Alexandre, o Grande, criou as primeiras rotas comerciais Oriente/Ocidente. A da seda, uma delas. A China nunca cita Alexandre.
  2. Após livrar-se dos bárbaros, russos voltaram-se para o Ocidente.
  3. A China continuou primitiva. Dominada por mongóis.

.“O inimigo nunca foi a União Soviética”: inédito na imprensa, na universidade, nos meios político-ideológicos do Brasil. Para ler na íntegra, analisar, criticar, sugerir, envie seu E-Mail e de amigos para: oreporternahistoria@ gmail.com.br

Jota Alves: Graduou-se em Direito Internacional, Moscou, URSS. Em New York, contratado pela Delegacia do Tesouro do Brasil/Rockefeller Center. Fundou o jornal The Brasilians. Criou o Brazilian Day. No governo de Mato Grosso: Secretário de Assuntos Extraordinários.

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