Fossa e Sofrencia

(No dia da Proclamação da República.2021)

A música dor- de- cotovelo, também conhecida por fossa, atualmente, sofrencia, existe desde que o rapaz da caverna conheceu a moça da outra caverna. Por serem de grupos rivais, se encontravam às escondidas.

Gregos, espartanos, cantavam aventuras de Helena de Troia. Egípcios e romanos cantavam o triangulo amoroso: Júlio Cesar- Cleópatra- Marco Antônio. Romeu e Julieta, Cinderela, Carmen de Bizet, continuam famosos…

Cada geração, sua música.

Foi em Belo Horizonte, de Maria Elvira, liderança feminina, onde ouvi, pela primeira vez, a expressão, a mensagem: Empoderamento. Atualmente, distorcida pelo ativismo sexual.

Mulher fumando, pegava mal.

Quando Nora Ney cantava: “se eu quiser fumar, eu fumo, se eu quiser beber, eu bebo”, digo que era Atrevimento feminino, de onde vem Empoderamento.

Não estivéssemos nesse poço cultural, atolados em vulgaridade, achismo, judicialismo, confusos,  aterrorizados, pelo vírus chinês que apaga memórias, mata iniciativas, destrói talentos, saberíamos passar às gerações, que a mulher brasileira sempre cantou o amor, a paixão, encontros e desencontros.

Não fossem dependentes do Google, Wikipédia, etc. -empresas estrangeiras com verbetes e textos de brasileiros ativistas sexuais, militantes saudosistas da velha esquerda, e da esquerda corrupta- como fonte de pesquisa, de educação e cultura, saberiam os jovens:

Quem foi Chiquinha Gonzaga, Carmen Costa, Dalva de Oliveira, Ângela Maria, Dolores Duran, Maysa, Linda Batista cantando Vingança. Nora Ney cantando Preconceito e mandando “risque   meu nome do seu caderno”

Quando a mulata devia ser bonita, gostosa, mas, submissa, Elza Soares sacudiu padrões com Mulata Assanhada: “fazendo pirraça, fingindo inocente, tirando o sossego da gente”.

O samba-canção.

Em New York, pesquisei, dissertei, apontei, os maiores criadores musicais do Século XX: Estados Unidos, Cuba*, Brasil, México, Itália, França. Falo de música popular, já que os clássicos: Bach, Beethoven, Mozart, Chopin, Tchaikovsky… são criadores universais “forever”. (*Nos anos 40 e 50 Cuba criou grandes hits: rumba, mambo, cha-cha-cha, salsa…Suas novelas faziam enorme sucesso, o Direito de Nascer...Nos anos 60/70/80, com o caminho aberto por Carmen Miranda, a Bossa Nova, suas variantes e mixagens, dominaram o mercado musical.)

Os filmes mexicanos nos fizeram conhecer Agústin Lara, o inigualável Trio Los Panchos, e o ritmo que nos seduziu: o bolero. A nossa criatividade musical criou o Samba Canção, bolero à brasileira, com Nora Ney e Maysa, musas da dor- de- cotovelo, da fossa.

Cascatinha e Inhana, Mary Terezinha, irmãs Galvão, Inezita Barroso, Nalva Aguiar…

No mundo do sertanejo- macho, Inezita Barroso com cultura e firmeza, se impôs cantora. Dirigiu e apresentou, por décadas, o programa Viola, Minha Viola. Uma mulher abrindo espaço para homens- talentos. Prestigiando sertanejos veteranos.

Homenageei Mary Terezinha no palco do Brazilian Day. Quando Nalva Aguiar, esteve nos Estados Unidos, fiz gestões para leva-la a New York. Nalva merecia ser homenageada no palco do mais famoso hotel do mundo.

Roberta Miranda

O sonho de cantora/or, de músico, é construir um som que o identifique. Quando Roberta Miranda apareceu, já se ouvia sertanejo, bebendo cachaça. Mas, dançavam. Nas letras de suas canções, o empoderamento: sem gritos, abaixo o “machismo, homofobia, fascismo”.

Quando cheguei de New York, comprei área para desfrutar o clima de serra e as belezas naturais de Chapada dos Guimarães. Na zona rural “descobri” RM. Gosto de dançar. Mas, nunca dancei tanto quanto com as músicas dela.

Mixando ritmos nordestinos, sertanejos, pancadas latinas, contra- baixo, tumbadora, bongô, sopros, Roberta Miranda criou seu ritmo próprio, seu estilo. Som gostoso, bonito, up. Foi bom ver o Fantástico, dedicado à Marília Mendonça, com Roberta Miranda, no final.

Faustão e o sertanejo universitário

Disseram-me que Faustão criou o Sertanejo Universitário. Com o sucesso do Domingão, e seu poder de conseguir publicidade, foram fazendo e “vendendo” duplas sertanejas, como pizza. A Som Livre (da Globo) gravava. O faturamento crescia. E a porcaria musical, também.

Nunca se gritou tanto no sertanejo, com som idêntico, barulhento. O cinto com chifre de boi, o chapéu, as botas, os trejeitos de falso cowboy, cara de machão com barba por fazer, mais um pitada de marketing= sucesso, garantido. Mesmo que relâmpago.

Na hora certa, a Marília exata

O vírus da China esmagou a economia, destruiu famílias. Escolas e universidades fechadas. Shows, locais de entretenimento, lacrados. Confinamento, vazio existencial. A moçada entrou em deprê.

Ela é uma de nós

Mas, eis que surge uma voz no túnel, com letras dizendo o que Elas queriam dizer. Levantando o astral, sacudindo a poeira, Marília preencheu vazios.

Seu tipo físico. Suas roupas. Seu sorriso Made in Brazil. Mãe solteira. Sua alegria, simplicidade, atitude, cativaram multidões. Ela é uma de nós!

Marília não apelou, mostrando a bunda, a calcinha. Marília cantou o amor, paixão, encontros e desencontros, que se repetem, per seculum secolorum.

Estão escrevendo o que Marília não escreveu. Dizendo o que Marília não disse. Tentaram, mas, não conseguiram puxar Marília para a militância ideológica confusa, perversa, corrupta.

Queriam uma Marília ativista sexual gritando do palco dogmas manjadíssimos. Ao ter filho e mostrar amor de mãe e de filha, Marília lacrou o ativismo pró aborto! (O ativismo sexual radical canta ódio, rancor, anarquismo, frustração, feiura).

Aí estão Maiara e Maraísa. Carla Fernandes, Bruna Viola, e outras. E mais outras, surgirão no legado de Marília Mendonça. Uma goiana do Brasil.

A Música pede socorro. O Brasil é grande produtor de música e ritmos. A música brasileira foi produto de exportação de primeira grandeza. A Petrobras, a Caixa Econômica, o Banco do Brasil, ícones do pais, devem promover a infraestrutura musical: Bolsa de estudos para jovens talentos. Concurso Nacional de Violão Popular. Concurso de Piano…Apoiar Escolas de Música pelos grotões do Brasil. Punir a corrupção em verbas públicas. Comprar espaços na mídia. Patrocinar pesquisas. A música brasileira não pertence à Esquerda, à Direita. Neste momento de destruição programada, precisamos muito, mas muito mesmo, de nossa música!

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Trilha sonora: